Parto do cotejo, que significa “comparar”, como ato, processo ou efeito de conferência dos elementos ali dispostos, investigando-lhes possíveis semelhanças e/ou diferenças; confrontar como o estado afetivo desafiador que mergulha nas profundezas mais enraizadas de mim mesma para depois brotar lentamente em busca do reconhecimento do meio. Comparo o corpo mineral com o corpo orgânico, onde o mineral é representado com uma grande rocha como a nossa essência mais genuína e incorruptível, que de tão instintiva, não é acessada com consciência, e permanece no plano inalcançável de nós mesmos. Já o corpo orgânico é representado com uma bola de musgo, terra e planta, inspirada na técnica japonesa “kokedama”, que elabora toda a nossa construção de comportamentos afetivos, efêmeros, que sofrem a intervenção do externo. É revelado o lado visceral e animalesco que nos aproxima dos nossos instintos e estreita a nossa relação com o que há de mais genuíno em nossa natureza.


